Constituição, ética, moral.
Teorias, especulações, farsas.
Racismo, ódio, enganação
Decepções, raiva.
E mentira… É mentira!
Doenças, pílulas de hoje e do dia seguinte, descaso!
Desgraças, horror, sangue.
Alucinações, paranoia, tristeza.
Depressão, fome, ansiedade, guerra de vaidade.
É verdade, que verdade?
Emoções, encontros, perdas.
Bajulações, palhaçadas.
Rejeição, confusão, maldade.
Dominação, dinheiro, falsidade.
Tapas, socos, chutes e pontapés!
Metralhadas, bombas, mísseis e armas nucleares.
Empurrão, atrocidade, violência. Que espécie nojenta meu Deus! E quase tudo sempre “acaba” em um Feliz Natal.
Quando menino, minha carregava-me em suas saídas pela cidade. Era tempo de compras e de gastos do volumodo décimo terceiro de nossa família. Para mim, naquela época, o mundo parecia muito grande visto abaixo do busto de minha genitora.
Por diversas vezes ficava inseguro, mas eu estava logo ali, perto do seio que outrora me alimentava, segurando a mão daquela mulher que mais me amou na vida. Que além de seu braço seguro, sempre oferecera a vida por mim. Então, com a insofismavél sensanção de segurança, eu apreciavam ainda de olhos esbugalhados, o mundo fora do meu infinito particular.
Era época de natal e aquelas músicas melancólicas eram quase suprimidas pelos gritos desesperados dos vendedores e suas promoções relâmpagos. “-Venham! Venham! Se aproximem porque está acabando! Loucura, Loucura!”. Sim! Era uma loucura de fato.
Minha mãe sempre me dizia que o Natal representava o nascimento de Cristo e que costumeiramente as pessoas festejavam o amor entre elas. Mas espera aí! Como? Se a disputa por um item supérfluo no balaio assestado no chão sujo e fedendo a mijo da Barroquinha sempre acabava em empurra-empurra, palavrões e cotoveladas? Como é isso mãe? Não é Natal afinal? Não? Era! A música harpejada que sacodia o pano preto da velha caixa de som de madeira esfarelada evidenciava isso. Além de propagar um terrível som amorrotado, quase esfacelada ao chão, servia de palanque para o ilustre narrador de promoções que promovia mais que a informação de preços imabtiveis, mas uma fina chuva de cuspe a contraluz! “Ei, sai daí filho da puta!” Esbraveja repentinamente antes mesmo de descer o microfone de sua boca de poucos dentes e de barba amarelada da nitcotina consuimada rotineiramente. Na verdade ele reclamava de um garoto, negro, com a idade próxima a minha , que entrara tão somente para pedir ajuda em dinheiro.
Olhei aquele farrapo de gente de roupas sujas e rasgadas. De corpo franzino com canelas pretas, feridas e sujas, sendo arrastado para fora da loja com a respiração obstruída por uma gravata daquele homem que gritava os preços em liquidações entre imitações baratas do velho gordo amante da Coca-Cola. Quase pude ouvir: “Ho, ho,ho,ho,ho! Morra de fome seu lixo de gente! Eu já garanti o meu e não quero você aqui!”
E no fim de tudo, quase que se nunca tivesse existido tudo isso, Feliz Natal. Natal? Que Natal? Até agora só me fora apresentada a voracidade e por um momento abafada pela indústria de panetone.
Ah humanidade, por que és tão presunçosa? Não te desejo mais Feliz Natal então! Nunca mais! Precisamos muito mais que isso!
Ser humano de fato não é ser sensato, é ufano! Essa sensatez perseguida, me faz sentir o gosto contraditório da loucura meditante. Sim! Parece mel!
Sejamos racionais por um lapso ou por descuido de nossos caprichos egocêntricos! Estamos tão doentes que nem ao menos reconhecemos em nós a necessidade urgente de um tratamento dentro de uma camisa de força, não mais de Vênus.Que o amor sobreviva. Seja Fênix!
Feliz clichê para vocês! Ei, taxi! Fly me to the moon! Please!