A luz anuncia, o dia nasce, mas logo termina. A noite vem, a escuridão aparece e culmina.
É o dia que precisa findar para a noite chegar e assim outro dia vencer.
Tempo, que cura também mata ou faz desaparecer sem deixar vestígios; Há tempo para tudo?
O tempo atropela tudo como se tivesse pressa de chegar a algum lugar ou será a lugar nenhum?
Tempo, impiedoso tempo. Que não respeita histórias, sonhos, amores e nem monumentos, pois só quer o seu papel cumprir.
O dia passa tão depressa que só os tolos não percebem. Logo a noite vem, eles desaparecem.
Tempo, água limpa preciosa transborda transportada em botija sobre chão árido do deserto. Gota desperdiçada, evapora, perde-se para sempre. Sempre, no vácuo contraditório de quando e o quanto tenta-se contar-te oh tempo!
Tempo, leve-me daqui imediatamente! Voo de volta ao início do começo, antes que esta dor, esta bendita e capciosa falta de ti, leve-me de volta ao começo do meu fim. Haverá tempo!?
Augusto Mitchell